Causas da exclusão escolar e as múltiplas formas de violências e violações são tema de oficina com equipes da BAE em Alagoas

Cerca de 40 profissionais – coordenadores operacionais da Busca Ativa Escolar, supervisores de Saúde, Educação e Assistência Social, além de psicólogos, assistentes sociais, educadores e outros profissionais –  participaram da oficina “Fenômeno da Exclusão Escolar: Violências e Violações”, realizada no dia 30 de agosto, no auditório da Escola Municipal de Ensino Fundamental Manoel Gonçalves da Silva, em Rio Largo (AL).

 

A atividade, promovida pela estratégia da Busca Ativa Escolar (BAE), uma iniciativa do UNICEF e da Undime, com a parceria da BRK Ambiental e da Asserte, reuniu representantes de 12 dos 13 municípios envolvidos no projeto. O evento teve como objetivo capacitar os profissionais a compreender e enfrentar as diferentes formas de violências e violações de direitos que contribuem para a exclusão escolar de crianças e adolescentes.

 

“O encontro proporcionou um espaço para a troca de experiências e fortaleceu o compromisso das equipes municipais na proteção dos direitos das crianças e adolescentes. Foi uma oportunidade única de refletirmos sobre as diversas formas de violência que afetam nossos estudantes e de pensarmos em soluções conjuntas para enfrentá-las”, destacou a especialista em Educação da Asserte, Ana Paula Costa.

 

Dinâmica da Oficina – A oficina começou com uma dinâmica de grupo que explorou como os rótulos atribuídos a estudantes podem influenciar negativamente suas trajetórias educacionais. Em seguida, os participantes se dividiram em grupos para discutir nove temas centrais relacionados às violências e violações de direitos, todos extraídos da plataforma da Busca Ativa Escolar.

 

Os temas incluíram trabalho infantil, gravidez na adolescência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, adolescentes em conflito com a lei, uso de substâncias psicoativas, violência verbal, física e psicológica, fracasso escolar e desinteresse pela escola, bullying e discriminação por gênero, raça e etnia, além da inclusão de crianças e adolescentes com deficiência física e mental. Cada grupo analisou esses temas sob a ótica das políticas públicas existentes e das legislações vigentes, debatendo o papel da Busca Ativa Escolar no enfrentamento dessas questões.

 

Além das equipes envolvidas diretamente com o trabalho da Busca Ativa Escolar, a oficina também contou com a presença do motorista do município de Barra de Santo Antônio, Josinaldo, que participou da atividade do início ao fim. “Obrigado por me permitir participar desse momento. Foi transformador na minha vida. Como aluno do EJA, nunca tive a oportunidade de vivenciar algo assim, e sei que meus colegas motoristas também não. Aqui, aprendi coisas importantes que, muitas vezes, estando do lado de fora, não temos a chance de conhecer. Transportamos as pessoas sem perceber a dimensão do papel que exercem na vida das crianças e adolescentes”, disse.

 

Sobre a BAE Alagoas – A BAE é uma estratégia desenvolvida pelo UNICEF e Undime, composta por uma metodologia social e uma ferramenta tecnológica para apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Em Alagoas, a estratégia é implementada através do Selo UNICEF. Conta ainda com a parceria da BRK Ambiental para implementação nos municípios de Atalaia, Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Maceió, Marechal Deodoro, Messias, Murici, Paripueira, Pilar, Rio Largo, Santa Luzia do Norte e Satuba.